Secretaria Municipal de Educação (SMED) dedica mais de 12,5 mil horas/aula por mês e 200 professores a projeto especialmente desenvolvido por equipe pedagógica
Foto: Elisabete Bianchi
Esquemas especiais de alimentação e logística, reorganização do efetivo disponível para a tarefa, estratégia desenvolvida ao longo de meses – o cenário se parece com a arquitetura de uma grande operação de resgate porque, de fato, é: detentora da maior rede municipal de ensino de todo o Rio Grande do Sul, Caxias do Sul está investindo mais de R$ 1 milhão e 12,5 mil horas/aula por mês no esforço pela recuperação da aprendizagem perdida durante a pandemia de Covid-19.
A edição 2023 do projeto VER Verão, a ser realizado entre 2 e 24 de janeiro, atuará no auxílio aos estudantes de anos iniciais do ensino fundamental até 4º e 5º anos que precisem urgentemente alcançar o ritmo da alfabetização comprometido durante quase dois anos de isolamento forçado pelo Coronavírus.
Cerca de 1,5 mil alunos serão atendidos pela iniciativa que abrange 35 escolas consideradas prioritárias. Ao contrário de 2022, em que aconteceu por adesão, agora o processo terá lugar nas unidades de ensino onde se verificou maior prejuízo nos indicadores de aprendizado. Desde o início do segundo semestre letivo deste ano, boa parte delas já vêm contando com o apoio de aproximadamente 200 professores dedicados ao Programa de Recuperação de Aprendizagem (PRA) desenvolvido pelo Município. Para dar subsídio ao trabalho, os professores passaram por uma capacitação específica em neurodidática.
O VER Verão surge como mais uma oportunidade de alargamento dos tempos e espaços escolares para crianças com dificuldades. A identificação das escolas com prioridade de atendimento se deu pelo critério de desempenho nos índices de aprendizagem ao longo do ano – nas avaliações externas – e também a partir de um diagnóstico que as próprias escolas fizeram na metade de 2022, informando quantos estudantes desde os anos iniciais até 4º e 5º anos ainda não estariam alfabéticos, ou seja, com as condições mínimas para ler e escrever de maneira compreensiva.
A partir do segundo semestre deste ano, as escolas classificadas como prioritárias tiveram um alargamento de horário dedicado ao Programa de Recuperação de Aprendizagem. Algumas receberam horário adicional no turno regular das crianças e outras, no contraturno. Independentemente da configuração, todas receberam horários a mais para a operação de resgate dos estudantes com aprendizado comprometido pelo período de aulas remotas, híbridas ou interrompidas durante a pandemia.
Para cumprir a carga letiva adicional, seja com ampliação de horas no turno normal ou no contraturno, todos os estudantes atendidos devem contar com esquema especial de alimentação e transporte assegurados pela SMED. Inclusive, durante o VER Verão, três escolas terão roteiro especial, devido à inexistência de outra forma de acesso no período – duas escolas do meio rural (Criúva e Fazenda Souza) e uma na Parada Cristal. E de 2 a 4 de janeiro, os professores que atuarão no projeto – aqueles que não têm direito a férias em função da data de concurso – passarão por uma intensa formação específica na SMED.
Outra expectativa do projeto de aulas durante o recesso escolar de verão reside nos benefícios da própria socialização entre os estudantes – mais um dano colateral grave herdado da pandemia, que ficou para ser solucionado pelos educadores. Na avaliação dos gestores, ao investir na recuperação de conteúdos básicos, o Município atua, também, no resgate de atributos humanos das crianças.
"Conforme muitos especialistas já apontavam, a falta de interação na escola, a restrição às tecnologias e à conexão, as perdas socioeconômicas e as questões socioemocionais afetadas deixariam uma herança trágica na educação brasileira. E isso impõe a todos nós um esforço muito grande na garantia da aprendizagem e desenvolvimento de todos os estudantes", conclui a secretária Municipal de Educação, Sandra Negrini.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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